A conta é fácil. Na briga contra o avanço do mar, quase todos perdem. Quem comprou um apartamento nos lugares mais atingidos pelas ondas, em Jaboatão dos Guararapes, viu o valor do imóvel despencar nos últimos anos.
Há quem lamente perda superior a 50%. Essa é uma conta que poucos trazem a público. Amarga-se normalmente ao lado da família. Ou junto a imobiliárias na hora de uma negociação.
Perdem também a rede hoteleira e os pequenos comerciantes. Afinal, sem faixa de areia, fogem os banhistas e os turistas. O valor dessas perdas também não costuma vir à tona.
O que vem a público são as cifras gastas ou orçadas pelos governos. Números altos. Em Piedade, investiu-se R$ 800 mil apenas no enrocamento da praia. A verba é pequena se comparada ao que está planejado.
Engordar 5,3 quilômetros de praias, entre Barra de Jangada e Piedade, deve custar 67,5 vezes a mais do que as obras de enrocamento. A previsão do município é que se invista R$ 54 milhões.
De onde virá esse dinheiro? A maior parcela será do governo federal, cujo orçamento deste ano prevê R$ 38 milhões para as obras.
Como é de praxe, o dinheiro do Orçamento da União tem que ser liberado até dezembro. Isso, cá para nós, é um bom motivo para o município ter pressa no andamento do projeto executivo na CPRH.