Famosas praias americanas correm risco de sumir devido ao aquecimento global
Rio – Desde a década de 60, praias californianas e seus arredores serviram de caixa de ressonância para popularizar no mundo inteiro cultura, moda e esporte, da poesia da geração beat ao skate, da surf music aos shorts de pegar onda. Segundo uma série de estudos, entretanto, a tal caixa pode encher de água e areia nos próximos 90 anos: por causa do aquecimento global, praias como Malibu e Venice, em Los Angeles, podem desaparecer.
O levantamento mais recente, da Universidade Estadual de San Francisco (EUA), levou em conta previsões de que o mar deve subir 1,4 metro por causa do derretimento das calotas polares e outros fatores. Em seguida, calculou os prejuízos do impacto do aumento do mar no sumiço de praias em Carpinteria e Torrey Pines State Reserve, perto de San Diego, além de Venice e Malibu.
Em Venice Beach, que já foi tema de música dos Beach Boys e onde há casas de celebridades, o prejuízo seria de 440 milhões de dólares, só em perdas com o turismo, de acordo com o site da instituição. Desde 2008, reportagens de jornais importantes dos EUA, como o ‘Los Angeles Times’, chamam a atenção para a diminuição da faixa de areia no local.
Erosão e perda de areia
A erosão das praias e perda de areia também prejudicariam várias praias. Em Malibu, onde moram astros como Julia Roberts e Kate Hudson, há ainda mais turismo, e os prejuízos chegariam a 500 milhões de dólares.
“Se as últimas projeções de aumento do nível do mar estão certas, você pode dar um beijo de adeus à ideia de praias de areia branca”, disse à publicação o climatologista da Bill Patzert, da Nasa, referindo-se às praias do mundo em geral.
Mas nem tudo é céu nublado. Economistas da universidade calcularam que os danos podem ser minimizados, com investimentos da ordem de 14 bilhões de dólares em um sistema de muros, diques e barragens que conteriam o avanço do mar sobre os 1.770 km de costa analisados. Assim, talvez, o sonho de “ir para a Califórnia viver a vida sobre as ondas” ganhe pelo menos mais algumas décadas.
Fonte: O Dia | Vida e Meio Ambiente | 03/10/2011 por João Ricardo Gonçalves