Trecho beneficiado tem 2 km, indo de Pau Amarelo até N. Senhora do Ó.
Patrimônio histórico, Forte de Pau Amarelo estava ameaçado.
Sacos formam espécie de escadaria para impedir avanço do mar em Paulista. (Foto: Katherine Coutinho/G1) |
As obras de contenção do mar no trecho de dois quilômetros entre os bairros de Pau Amarelo e Nossa Senhora do Ó, em Paulista, Região Metropolitana do Recife, devem ser concluídas até janeiro de 2014. O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, vistoriou o local neste sábado (28), acompanhado do governador Eduardo Campos. A pasta é responsável pelo investimento de R$ 14,3 milhões do serviço de contenção.
Patrimônio histórico localizado no trecho, o Forte de Pau Amarelo estava ameaçado. A erosão estava chegando a apenas 14 metros do muro voltado para o mar, conta o secretário de Meio Ambiente de Paulista, Fábio Barros. “Foi decretada uma situação de emergência no município. Quando a maré estava muito forte, chegava a circular pelos lados do forte, pelas ruas laterais”, explica.
Erasmo Xavier viu o avanço do mar destruir até mesmo um bar. (Foto: Katherine Coutinho/G1) |
Morando em uma casa próxima ao Forte, o gari Erasmo Xavier viu o bar de um conhecido ruir com a força das ondas. O campo de futebol, localizado após o forte, já foi alagado diversas vezes em dia de maré alta. “Eu moro há 25 anos aqui, nesse mesmo lugar. Lembro que o mar era lá atrás, mas foi chegando perto. Dia de domingo, as pessoas vinham fazer piquenique, agora não tem mais condições”, lamenta.
O serviço de contenção começou na segunda quinzena de agosto e já avançou 520 metros na orla. Diferente do que acontece na praia de Boa Viagem, no Recife, que utiliza pedras, a técnica escolhida para Pau Amarelo é conhecida como bagwall, já utilizada nos estados de Alagoas e Ceará. “Essa obra tem um formato de escadaria e esse formato faz com que a incidência de onda possa ser contida e dissipada sua energia”, explica Fábio Barros.
Para formar a escadaria, são utilizados sacos feitos de um material que se desmancha com o tempo, preenchidos com um tipo específico de concreto, colocados em camadas na areia, cada um pesando aproximadamente duas toneladas. Uma parte já está enterrada e vai dar sustentação ao restante da estrutura, enquanto a outra vai ficar acima do nível do mar. “Outra vantagem é que você não permite assim a presença de ratos e baratas, além de facilitar o acesso das pessoas à praia”, aponta o secretário.
Reordenamento
Além do trabalho de conter o mar, a prefeitura do município estuda a questão do reordenamento da orla, trabalho que deve começar a ser feito após a conclusão das obras. A prefeitura aderou a um projeto do Ministério do Meio Ambiente e montou um comitê para supervisionar o caso. “Vamos ter o reordenamento das barracas, que funcionavam sem a mínima condição sanitária, organização estrutural, tudo vai ser refeito”, detalha o secretário de Meio Ambiente de Paulista, Fábio Barros.
No entanto, todo o trabalho vai depender da conclusão das obras de contenção do mar. “Nós só podemos mexer na reestruturação urbanística quando terminarmos a obra de contenção. Isso é uma obrigação. Ao término da obra, vamos ter a dimensão das áreas publicas possíveis para fazer esse reordenamento. Inclusive, não é descartado, futuramente, ver o processo de engorda. Esse processo de contenção não impede que haja aumento da faixa de areia no futuro”, afirma o secretário.
Erosão se aproximava do Forte de Pau Amarelo; escadeiras cavam para colocação dos sacos que formarão escadaria. (Foto: Katherine Coutinho/G1) |