A orla de Maracaípe, em Porto de Galinhas, deverá receber projeto de engorda da orla até o final de 2016.Foto: Clemilson Campos/Folha de Pernambuco |
O Secretário Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sérgio Xavier, afirmou que os municípios do Ipojuca e Itamaracá serão os próximos a receber projetos de engorda das praias, como medida de contenção ao problema do avanço do mar. O investimento nos projetos deverá ficar na casa dos R$ 200 milhões e as obras deverão iniciar até o fim de 2016. Em Ipojuca, o local beneficiado será a Praia de Maracaípe, pólo surfista com mar revolto, mas que é bastante visitado por turistas do mundo inteiro, já que dá acesso ao pontal de Maracaípe, local de águas calmas e perfeitas para praticar esportes como stand-up paddle, caiaque dentre outros.
Alguns casos foram identificados como críticos, a exemplo da erosão, que tem derrubado muros e impedido o acesso a diversos trechos da orla, gerando temor e prejuízos para moradores e comerciantes. A Força do avanço levou consigo bares, postes e parte dos muros das casas, deixando as residências a poucos metros da água.
“Estamos na fase de preparação de documentos para a elaboração do projeto executivo. O processo de licitação para a contratação da empresa responsável será iniciado no próximo semestre, devendo cumprir os tramites legais”, explicou Xavier. Segundo o gestor, a exemplo de outras cidades, estudos deverão apontar os pontos mais críticos e o volume de areia necessário para a aplicação. “O momento econômico no País é difícil e os valores ainda não estão assegurados. No entanto, não vamos poupar esforços para conseguir devolver a praia à população. No aguardo de obras estruturadoras, a manutenção pode ficar a cargo dos municípios”, afirmou.
A famosa praia de Maracaípe, em Ipojuca, conhecida pelos campeonatos esportivos e a prática de surfe, vem amargando uma trajetória de estragos. Vários metros da faixa de areia foram sugados pelo mar, levando consigo bares, postes e parte dos muros das residências. Muitas delas foram instaladas indevidamente, sem respeito a distância mínima de 33 metros. Calçadas já não podem ser vistas na extensão da avenida beira-mar, que abriga pousadas e restaurantes. “O prejuízo é grande. De tanto ter que refazer o muro destruído, optamos por apenas colocar cercas. A água não perdoa e cada vez chega mais perto”, lamentou Damião Moura, de 54 anos, há 10 anos habitando no local. A linha de coqueiros também tem sido atingida, vários estão no chão e outros têm as raízes à mostra. Os próprios moradores se reuniram para a colocação de pedras, na tentativa de reduzir os transtornos.
Procurada pelo jornal Folha de Pernambuco, a Secretaria de Meio Ambiente de Ipojuca informou que quatro pontos de erosão já foram identificados, dando início a uma parceria com a CPRH para estudos e futuros projetos de contenção.
Preamar – Um levantamento sobre a linha máxima de altura do mar (Preamar) foi executado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, devendo ser apresentado até o fim do mês. O estudo promete estabelecer a faixa permitida para as construções à beira-mar, com o propósito de trazer mais segurança.
Engorda – A orla de Jaboatão dos Guararapes foi a primeira a passar pelo processo de engorda. Em Janeiro do ano passado, após serem investidos R$ 40 milhões na recuperação da faixa de areia, o mar voltou a avançar na orla do município.